"Elvis conhecia mais músicas de Blues do que a maioria no ramo" - B.B.King

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

As 50 Vozes de Elvis Presley

“Elvis Presley tem sido descrito indiscriminadamente como um barítono e um tenor. Um equilíbrio extraordinário - o chamado registro, e uma amplitude vocal muito vasta têm algo a ver com esta divergência de opinião. A voz cobre duas oitavas e uma terceira, que vai desde o tom de barítono grave G (nosso Sol) até ao tom agudo de tenor B (nosso Si), com uma extensão em falsete até, pelo menos, um D plano (o nosso Ré). A melhor oitava de Presley situa-se no meio, de D plano para D plano, concedendo um passo extra completo, quer seja para cima ou para baixo. Chamemos-lhe um barítono alto. Em It’s Now or Never (1960), ele termina com uma cadência vocal completa (A, G, F – ou os nossos Lá, Sol, Fá), que não tem nada a ver com os mecanismos vocais do R&B e do Country. Aquela nota de A (Lá) é atingida mesmo no nariz, e é apresentada de forma menos espantosa apenas pelo número de canções em que ele consegue apresentar de forma muito fácil e precisa notas B plano (Si). Para além de tudo isto, ele não se confinou apenas a um tipo de produção vocal. Em baladas e canções de country, ele canta em tom de G (Sol) e A (Lá) de voz cheia, que faz qualquer barítono de ópera ficar verde de inveja. Também é um estilista naturalmente assimilitivo, com uma multiplicidade de vozes – de facto, Elvis é uma voz extraordinária de muitas vozes.”

(Henry Pleasants, retirado do seu livro, “Os Grande Cantores Populares Americanos”, 1974).

O artigo original (neste link, em inglês), inclui o vídeo abaixo com exemplos da amplitude vocal de Elvis Presley. Também inclui listagem de canções com as diferentes tonalidades e registros vocais que Elvis conseguia alcançar.



quarta-feira, 30 de maio de 2018

The Roots of Elvis Presley (versões originais)

Elvis Presley (25 Vozes Que Mudaram A História Da Música)

Elvis Presley é ainda hoje considerado uma das maiores lendas da música contemporânea, reconhecido popularmente como o rei do rock n’ roll.

Embora se assinale em 2017 o 40º aniversário da sua morte, os êxitos musicais que deixou continuam a ser ouvidos e admirados por muitos, como “Mistery Train”, “Hound Dog” e “Suspicious Minds”, por exemplo. Mas não é apenas no seu trabalho que o legado vive. Outros artistas assumem hoje ter encontrado a sua maior inspiração em Elvis Presley, prolongando desta forma a influência do cantor na História da Música.

Foi na igreja em East Tupelo, Mississipi (EUA), que Elvis Presley teve o seu primeiro contacto com o meio musical. Por esta altura era apenas uma criança, mas as vibrações entranharam-se no corpo e alma do jovem. Mais tarde, aprendeu a tocar guitarra e acrescentou à paixão pelo gospel a devoção pela música country e blues. Começou a participar em concursos de talentos musicais e chegou inclusive a ganhar alguns deles. No entanto, ao terminar o ensino secundário, a música não gerava dinheiro suficiente para ajudar a pagar as contas de casa.

Por essa razão, até captar a atenção da editora Sun Records em 1954, Elvis Presley conciliou o seu sonho com um emprego como camionista. Todavia, quando assinou o seu primeiro contrato, já todos esperavam grandes coisas para o jovem cantor de East Tupelo. E a verdade é que estavam certos. O primeiro single de Elvis Presley começou por passar nas rádios de Memphis, mas não demorou muito tempo até alcançar outras cidades e estados norte-americanos. Em 1956, o ano de mudança total: Elvis Presley era quase desconhecido no início do ano, mas no final do mesmo já era o maior ídolo dos Estados Unidos da América, atingindo um reconhecimento nunca antes alcançado por nenhum outro artista.

A importância e relevância de Elvis na cultura popular anglo-saxónica nunca poderá ser totalmente quantificada. O cantor protagonizou e provocou uma mudança de comportamentos no território conservador e moralista dos EUA até então impensável, conseguindo quebrar barreiras sexuais, raciais e sociais por via das suas canções, postura e actuações ao vivo transgressoras para a época. Os anos de glória de Elvis Presley estenderam-se aos anos 60. Além de conseguir inúmeras nomeações para os Grammys, fez cinema e televisão, ganhando admiradores em todo o Mundo. Contudo, o período de maior fama correspondeu também a uma série de problemas pessoais que prejudicaram bastante o cantor. Na década de 70, o declínio de Elvis Presley começou a tornar-se evidente aos olhos de críticos e dos próprios fãs. Apesar dos seus álbuns continuarem a vender bastante, o artista começou a cancelar concertos com mais frequência, passando grande parte do seu tempo entre as paredes de Graceland, a sua mítica mansão no Tennessee, atormentado por fantasmas pessoais.

No dia 16 de agosto de 1977, o mundo foi apanhado de surpresa: Elvis Presley é encontrado morto. As circunstâncias da sua morte são ainda hoje contestadas por fãs fervorosos, mas tudo aponta que terá sido um ataque cardíaco fulminante. O que se sabe de certeza é que o falecimento de Elvis Presley causou uma comoção internacional nunca antes vista. Mas o mundo jamais esqueceu o cantor, cuja voz grave e sensual ainda hoje é ouvida, sendo considerado um dos artistas já falecidos que mais dinheiro movimenta e gera na indústria musical.

Fonte: Blog Mundo de Músicas

sábado, 5 de maio de 2018

Revista Hobo - Blues & Rhythm Magazine

Revista Hobo foi uma publicação bimestral que chegou às bancas em 1996 e que era especializada em Blues. A pequena Abraxas Editora era responsável pela publicação e, infelizmente, a revista durou apenas dois números.

A primeira edição trazia em seu editorial:

"Segundo o Webster's Dictionary 'hobo' quer dizer trabalhador imigrante ou, numa outra acepção, vagabundo. A imagem do hobo, o viajante errante e sem destino, com o rosto marcado pelas histórias que viveu em seu caminho, é também a imagem de um gênero musical que vem influenciando toda a música do mundo ocidental, desde o princípio deste século: o blues. A intenção desta revista é trazer para o público brasileiro algumas impressões da grande viagem empreendida pelo blues - desde as origens, até hoje - através do trabalho de alguns de seus maiores intérpretes e criadores, espalhados pelo mundo afora. (...)"

Com textos baseados em pesquisas sobre as origens e a história do blues, trazendo boas fotos, o primeiro número, entre outras coisas, conta a história do mitológico Robert Johnson, e toda a lenda que envolve sua história. Fala também em outras figuras históricas dos primórdios do blues, como H.C. Speir, Johnny Shines e Sonny Boy Williamson. Outra matéria da revista é com um dos maiores bluesmen brasileros, Andre Christovam. Um conto do escritor Erskine Calwell também faz parte do volume. Um relato sobre as origens do Rhythm and Blues, e uma explicação sobre esse rótulo musical e suas variantes é também uma matéria interessante. A revista termina com quadrinhos, trazendo uma mostra do antológico livro Blues, do lendário quadrinista underground americano Robert Crumb.

O segundo número de Hobo veio mais volumoso - 86 páginas (o primeiro tinha 50). Assim como no número anterior, a revista conta histórias ligadas às origens do blues, como "Histórias de negros  e de blues", 'Blue ladie's blues", que fala da presença feminina na história do blues: Mamie Smith, Ma Rainey (que é destacada na capa), Bessie Smith e Memphis Minnie. Traz também uma entrevista com a cantora brasileira Rosa Maria Colin. A revista destaca ainda o festival Nescafé & Blues que aconteceria naquele ano, e que traria nomes como Blue Jeans, John Hammond & Duke Robillard, Sérgio Dias, Johnnie Johnson, Charles Brown e Los Lobos, dentre outras atrações. Novamente uma amostra do livro de quadrinhos Blues, de Robert Crumb é publicada, assim como mais um conto tendo o blues como tema. A revista termina com uma matéria sobre o Soul, e dando continuação a matéria em destaque na edição - "Blue ladie's blues", um destaque para Etta James. Uma sessão sobre lançamentos de discos do gênero também faz parte da revista, que infelizmente, não chegou a uma terceira edição.

Canal Elvis Blues - ESTB

Elvis Sings The Gospel

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"O Blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal"

“Muitas pessoas se perguntam ‘O que é o blues?’ Eu escuto muita gente falando ‘O blues.. O blues…’ Mas eu vou vos dizer o que o blues é. Quando você não tem dinheiro, você tem o blues. Quando você não tem dinheiro para pagar o aluguel de sua casa, você ainda tem o blues. Muitas pessoas saem falando ‘Eu não gosto de blues’ mas quando você não tem dinheiro, não pode pagar o aluguel de sua casa e não pode comprar comida, você com certeza tem o blues. Se você não tem dinheiro, você tem o blues, porque pensa maldosamente. Isso mesmo. Toda vez que você pensa maldosamente, você está pensando no blues." Howling Wolf

"As pessoas costumam me perguntar onde surgiu o Blues, e tudo o que posso dizer é que quando eu era rapaz, sempre estávamos cantando nos campos. Na verdade não cantávamos, você sabe, gritávamos, mas inventamos as nossas canções sobre coisas que estavam acontecendo conosco naquele momento e acho que foi assim que começou o Blues." Son House

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