"Elvis conhecia mais músicas de Blues do que a maioria no ramo" - B.B.King

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O Último Show de Elvis Presley

No dia 26 de junho de 1977, Elvis Presley fazia o último show de sua carreira, no palco do Market Square Arena, em Indianápolis. Seis semanas depois (em 16/08, para ser mais exato), seu coração parou de bater. Elvis tinha 42 anos. Aqui estão imagens da venda dos ingressos, mostrando filas enormes com pessoas de todas as idades comprando os ingressos, sem saberem que aquele seria o último show de Elvis. Todos os ingressos daquela turnê se esgotaram (mais de 18 mil pessoas, de várias partes do mundo, só neste último show), o que desmente completamente aqueles que dizem que Elvis estava decadente e em final de carreira quando morreu.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A Bíblia de Elvis - The Elvis Bible

Os tios de Elvis - Vester e Clettes - deram a ele esta Bíblia de 1.600 páginas no Natal de 1957. A Bíblia está bem desgastada, tendo sido usada por Elvis ao longo de sua vida até sua morte prematura em 16 de agosto de 1977. Elvis sublinhou numerosos versos e fez uma série de anotações em toda a Bíblia, oferecendo uma visão fascinante de uma das maiores figuras musicais e culturais do século XX.

O homem que muitos carinhosamente conheciam como "o rei" uma vez se descreveu como "um buscador", e as anotações que ele escreveu em sua Bíblia confirmam isso. Por exemplo, logo nas primeiras páginas - após o índice - de sua Bíblia, ele escreveu: “Há uma estação para tudo. A paciência o recompensará e revelará todas as respostas para suas perguntas".

E a última página da Bíblia contém outra das anotações manuscritas de Elvis, que fornece um insight notável: "Julgar um homem por seu elo ou ato mais fraco é como julgar o poder do oceano por uma onda".

A carreira de Elvis realmente representou uma mudança radical no oceano do mundo da música. Até o momento, a estrela vendeu cerca de dois bilhões de álbuns.

E a inspiração por trás de tudo isso talvez seja revelada na nota que Elvis escreveu em letras maiúsculas no final do livro dos Salmos: “Cante a glória de Deus”.

No final da página, abaixo do Salmo 11, Elvis parafraseou o versículo 1 - "No Senhor eu confio e Ele me guiará".

Elvis’ Uncle Vester and Aunt Clettes gave him this 1,600-page Bible for Christmas in 1957. The Bible is well-worn, having been used by Elvis throughout his life until his untimely death on August 16, 1977. Elvis underlined numerous verses and made a number of annotations throughout the Bible, offering a fascinating glimpse of one of the greatest musical and cultural figures of the 20th century.

The man many affectionately knew as “the king” once described himself as “a searcher,” and the notes he wrote in his Bible confirm this. For example, near the front of his Bible, he wrote: “There is a season for everything. Patience will reward you and reveal all answers to your questions.”

And the very back page of the Bible contains another one of Elvis’s handwritten notes provides a remarkable insight: “To judge a man by his weakest link or deed is like judging the power of the ocean by one wave.”

Elvis’s career indeed represented a sea change in the ocean of the music world. To date, the star has sold an estimated two billion albums.

And the inspiration behind it all is perhaps revealed in the note Elvis wrote in all capital letters at the end of the book of Psalms: “SING FOR THE GLORY OF GOD.”

At the bottom of the page, below Psalm 11, Elvis paraphrased verse 1—"In the Lord I place my trust and He will guide me."

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Dr. Raul Lamim - Médico Brasileiro que Participou da Autópsia de Elvis Presley


O patologista mineiro Raul Lamim participou da autópsia do corpo de Elvis em 16 de agosto de 1977 no Hospital Batista de Memphis.

Lamim tem hoje um consultório em Juiz de Fora e guarda as lembranças tristes daquele dia:

"Na época, eu tinha 30 anos e era residente sênior, então tinha alguns privilégios. Eu fazia apenas quatro plantões por ano e aquele era o meu primeiro, exatamente naquele dia de agosto".

Após cerca de duas horas de análise, os legistas cravaram que a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória.

Segundo todos os registros médicos de Elvis a que O Dr. Lamim teve acesso, não havia nenhuma referência ao uso de drogas ilícitas, overdose de remédios ou mesmo álcool (Elvis era conhecido por não consumir álcool nem fumar).

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

For The Heart

O opalão 66 preto na garagem chamava a atenção de todos que passavam na rua e fazia brilhar os olhinhos de um garoto de apenas 3 anos de vida que gostava de ficar em pé no colo do pai sentado ao volante sonhando que estava pilotando o possante. Foi numa dessas “pilotagens” que ele descobriu uma fita K7 com a imagem de um super-herói imponente na capa, de cinturão e jumpsuit brancos com detalhes dourados, apontando para ele.

Seu pai deu o play no velho “toca-fitas Motorola” do opalão e um riff “Country Rock” de guitarra deu a introdução e uma voz potente de barítono, de timbre singular e que conseguia atingir 3 oitavas e também o registro vocal de tenores e baixos, preencheu todo o ambiente fazendo os vidros e o coração do garoto tremerem!

“Had a dream about you baby,
Had a dream about me and you
Had a dream and woke up crying
Well I can roll but I just can't rock
And the time's going by, tick-tock
For the heart, I just can't love no-one but you”

E foi assim que eu conheci Elvis Presley, o maior cantor de todos os tempos, com mais de 2 bilhões de álbuns vendidos e, mesmo após 42 anos de sua morte, ainda se mantém todos os anos entre os três na lista das celebridades já falecidas que mais faturam e a sua mansão, Graceland, continua sendo a segunda casa mais visitada, perdendo apenas para a Casa Branca!

Dony Augusto

terça-feira, 26 de março de 2019

Santo Elvis

Elvis não foi apenas “maior do que a vida”: ele provou ser maior do que a morte. Em poucas horas após sua morte, as ruas do sul de Memphis encheram-se com dezenas de milhares de fãs que choravam, e desde aquela primeira manifestação coletiva de dor e de amor, 35 anos atrás, ele jamais “saiu de cena” realmente. Hoje em dia, sua música é tão popular quanto sempre foi, e há mais de quatrocentos fã-clubes de Elvis Presley ao redor do mundo, que mantêm vivo o seu espírito.

Evidentemente, ele morreu - embora, há vários anos, muita gente se recuse a acreditar que ele se foi, continuando a “avistá-lo” em paradas de caminhoneiros, lojas de conveniência e restaurantes de fast-food por todo o país. Alguns relatos desses “avistamentos” foram criados por gozadores, mas muitos outros não.

Coisas estranhas aconteceram em seguida à morte dele. Naquela noite, quando todos em Graceland se reuniram para assistir ao noticiário das dez horas da noite, a fim de saber como os eventos seriam relatados, o som subita­mente emudeceu no aparelho de televisão. Dois dias depois, quando os carregadores levavam seu caixáo ao carro funerário, um galho de um carvalho nas proximidades quebrou-se, caindo sobre o carro de Ginger Alden que ali estava estacionado. George Klein pôs para tocar uma fita cassete com os grandes sucessos de Elvis, e esta quebrou-se imediatamente depois do final de “Can’t Help Falling in Love”, a canção com a qual ele encerrava suas apresentações. Quando Alan Fortas tentou tocar uma gravação de “Blue Hawaii” no toca-fitas de seu carro, a fita emaranhou-se dentro do aparelho. Linda Thompson relatou que imediatamente após receber a notícia do falecimento dele, em Los Angeles, as luzes apagaram-se em seu apartamento.

Coisas estranhas, sim; mas que dificilmente poderiam ser consideradas extraordinárias.

Todavia, coisas extraordinárias aconteceram - não apenas às pessoas que eram próximas a ele. O psiquiatra Raymond A. Moody, Jr. elencou uma quantidade desses incidentes em seu livro Elvis After Life [Elvis Depois da Vida, em tradução literal].

Na tarde do dia 16 de agosto, um fazendeiro do Tennessee a quem o dr. Moody chamou “Claude Buchanan” subira uma encosta que havia detrás de sua casa e tratava de uma vaca ferida. Elvis era um conhecido dele e, certa vez, dera-lhe algum dinheiro para comprar uma caminhonete de que necessitava. Quando trabalhava no topo da colina naquela tarde, Buchanan surpreendeu-se ao avistar Elvis subindo pela encosta, vindo em sua direção. A princípio, pareceu-lhe que Elvis estivesse envolto por uma névoa azulada, e Buchanan estranhou não haver notado sua presença antes, quando ainda estava no sopé da colina. Elvis chegou à distância de cerca de três metros de Buchanan, que lhe perguntou o que ele fazia ali. “Vim para dizer-lhe adeus, por uns tempos, Claude.” Ele mal terminara de pronunciar essas palavras quando Buchanan ouviu sua esposa chamando-o, às suas costas. Voltando-se para olhar na direção do chamado, no sopé da colina, ele a viu sair correndo pela porta de tela da cozinha da casa, como se um incêndio tivesse principiado ali. “Elvis morreu!”, gritou ela. “Acabo de ouvir a notícia pelo rádio.” Claude ainda pensou: “Ele não pode ter morrido. Ele está aqui, no alto da colina, comigo”. Mas, quando olhou novamente, Elvis havia desaparecido.

Às cinco e meia da tarde daquele dia, os fãs “Arthur” e “Marian” chegavam de volta à sua casa, que haviam deixado com todas as janelas fechadas e a porta da frente trancada com uma fechadura de alta segurança. Lá dentro, uma estatueta de Elvis tinha sido derrubada de cima de uma mesa de centro, e duas fotografias dele - uma das quais autografada - que pendiam da parede foram encontradas no chão, com os vidros das molduras quebrados. Não havia crianças ou animais de estimação na casa, e nada mais fora tirado do lugar. Depois de inspecionar atentamente todos os cômodos, o casal ligou a televisão, por meio da qual recebeu a notícia da morte de Elvis, ocorrida naquela tarde.

Ainda naquela mesma tarde, “Ruth Ann Bennett” e uma amiga decidiram prantear Elvis indo à casa de Ruth para ouvirem juntas os discos dele. Quando Ruth abriu um armário para apanhar alguns, encontrou metade de seus discos retorcidos e impossíveis de serem tocados - e ainda quentes ao tato.

Certa noite de dezembro, em 1980, um caminhoneiro que fazia viagens de longa distância passava pelo Arkansas quando deu carona a um homem que pretendia chegar a Memphis. Ele conversou com o homem embora não pudesse ver claramente seu rosto, por causa da escuridão e do chapéu que este usava. Entretanto, o homem mostrou-se muito respeitoso e educado, respondendo-lhe sempre com um “Sim, senhor” ou “Não, senhor”. Quase no final da jornada de 160 quilômetros, o caminhoneiro resolveu apresentar-se. O caronista, então, voltou-se para ele e apresentou-se como Elvis Presley - o que fez com que o motorista começasse a suar frio. Depois disso, Elvis pediu a ele que parasse o veículo, cerca de 1,5 quilômetro adiante, em um ponto muito próximo de Graceland.

Uma mulher chamada “Janice” havia encontrado Elvis diversas vezes, e recebera uma de suas jaquetas como presente. A jaqueta foi guardada cuidadosamente, como seu tesouro mais estimado, mas, nos meses seguintes à morte de Elvis, Janice passou a encontrá-la, repetidas vezes, jogada sobre o piso do closet. Ela estava olhando, em plena luz do dia e a menos de dois metros de distância, certa vez, quando a jaqueta caiu de onde estava, sem motivo aparente. Em outra oportunidade, ela despertou no meio da noite e, aterrorizada, viu a manga direita da jaqueta movendo-se, para cima e para baixo. Com medo de continuar a morar sozinha, ela alugou um quarto de sua casa a outra mulher, chamada “Mary”, que possuía um cachorro collie “miniatura”. O cãozinho ladrava incessantemente para o closet onde a jaqueta era guardada, e evitava aproximar-se muito daquele lugar.

Talvez o incidente mais notável tenha sido o que envolveu um oficial de polícia da Geórgia e um de seus filhos, que se afastara da família - ambos fãs de Elvis. No dia 11 de fevereiro de 1982, o filho do policial, “Tony”, partiu rumo a Los Angeles após uma discussão com seus pais a respeito de seu próprio comportamento dissoluto. Ele possuía 2 mil dólares em economias, e seu pai, “Harold”, estava preocupado com a possibilidade de o filho haver-se envolvido com drogas. Depois de mais de duas semanas sem receber dele qualquer espécie de comunicação, Harold e seu outro filho decidiram voar para Los Angeles, a fim de tentar encontrar Tony. Antes que partissem, Harold teve um sonho, no qual Elvis vinha ao seu escritório. Ele vestia uma jaqueta de policial e mostrou a Harold um distintivo. Elvis disse estar preocupado com Tony e que desejava mostrar a Harold onde o encontrar. Ele apontava para um mapa da cidade de Los Angeles, mas Harold tinha dificuldade em focalizar os nomes das ruas. Então, Elvis, de algum modo, levou-o até lá e mostrou-lhe o local, apontando para uma farmácia que havia em uma esquina e para uma barraca de hambúrgueres na esquina oposta, no outro lado da rua. Em seguida, ele conduziu Harold até uma casa, no mesmo quarteirão, em que quartos eram alugados e fez com que ele olhasse atentamente para a porta de entrada. Quando a visão de Harold parecia estar perdendo o foco, Elvis o agarrou pelo braço, sacudindo-o. “Olhe, cara. Você tem de olhar para isto. Isso é importante. Cara, seu filho está usando drogas.” Harold memorizou a fachada do edifício e agradeceu a Elvis, antes de despertar com dor de cabeça e um zumbido nos ouvidos.

Harold e o irmão de Tony voaram para Los Angeles no dia 3 de março. Depois de buscar informações com a polícia local sobre a vizinhança que pretendiam percorrer, eles alugaram um carro e iniciaram sua busca. Às duas horas da tarde do dia 9 de março, Harold avistou a farmácia na esquina que vira em seu sonho. No lado diretamente oposto da rua havia uma barraca que vendia hambúrgueres. A meio caminho do final do quarteirão, Harold viu três casas, muito semelhantes entre si, que alugavam quartos. Ele estudou detalhadamente as fachadas de cada uma delas, até reconhecer aquela que Elvis lhe havia mostrado. Quando bateu à porta da casa, uma senhora idosa o atendeu. Harold perguntou-lhe: “A senhora tem um jovem inquilino chamado Tony Welch morando aqui?”. Ela respondeu-lhe: “Bem, tenho, sim”. Ele identificou-se como o pai de Tony e a mulher o conduziu ao pavimento superior, até diante da porta do quarto do rapaz.

Harold bateu à porta, e Tony disse-lhe que entrasse. Ele se encontrava deitado na cama, lendo uma revista, e imediatamente ficou branco de susto ao ver seu pai parado ali, no umbral da porta. Após um momento de emoção mútua, ele confessou estar disposto a voltar para casa. Revelou-se, então, que - como Elvis dissera, no sonho - Tony era um usuário de drogas, e o fato de haver sido encontrado por seu pai ajudou-o a redefinir os rumos de sua vida.

Até aquele momento, Harold sentira-se constrangido demais para contar a qualquer um de seus filhos sobre o sonho que tivera. Porém, ao fazer isso naquela noite, quando todos conversavam em um quarto de hotel, Tony confidenciou-lhes: “Papai, há uma coisa engraçada. Por duas vezes, desde que cheguei aqui, eu sonhei com Elvis Presley. E em ambos os sonhos ele me disse que você viria me buscar. Ele disse estar preocupado comigo, e que daria um jeito de arranjar as coisas”.

Desde muito cedo em sua trajetória ascendente, a figura de Elvis confundia-se entre a de um superastro da música pop com a de alguém que inspirasse veneração. Isso ia muito além das garotas que se recusavam a lavar o rosto depois de terem sido beijadas por ele, ou que entesouravam pedaços de um pano usado para remover a poeira do carro dele. Em 1959, ele participou de uma campanha de doação de sangue promovida pela Cruz Vermelha alemã, em Bad Nauheim. A revista local Bravo, dedicada ao público adolescente, publicou fotos de sua participação no evento, e, mais tarde, matérias relatando que vários leitores haviam escrito perguntando como poderiam adquirir um pouco do sangue dele, para que o injetassem em suas próprias veias.

Talentoso, humilde, respeitoso e carismático, Elvis estava, para muitos dos seus fãs, vários níveis acima das “celebridades comuns”. Ele assemelhava-se mais a um santo.

E, como um verdadeiro santo, ele exsudava espiritualidade, sem esforçar-se para isso - subconscientemente. Marion Keisker descreveu-o como possuidor de uma “qualidade mágica”: uma inocência infantil e uma simplicidade desprovida de astúcia que tinham o poder de produzir um efeito positivo sobre quem tivesse contato com ele. Peter Guralnick, sintetizando a opinião de Sam Phillips, escreveu: “Essa era a ‘marca registrada’ de Elvis: ele transmitia sua espiritualidade sem ser capaz de exprimi-la, ou mesmo de necessitar fazer isso”.

Alguém menos seguro em relação à própria espiritualidade poderia ter “a cabeça virada” pela adulação desenfreada que ele provocava. Elvis não podia evitar ser afetado pela adoração, mas, em sua mentalidade, ele não era tanto um recebedor meritório quanto um canal por meio do qual Deus exprimia seu poder. Ele fora escolhido por algum motivo, eleito em meio à massa da humanidade, e sentia-se destinado a fazer alguma coisa com a energia psíquica que fluía para ele.

Por uma década, ele não teve certeza quanto ao que, exatamente, isso fosse. Mas depois de ser apresentado a livros como A Vida Impessoal e similares, a imagem imprecisa foi-se tornando mais nítida. Ele tinha uma missão: e esta era a de elevar. Isso tornou-se evidente em 1969, quando ele voltou a apresentar-se ao vivo. Ele possuía o mesmo apelo magnético de um pregador evangélico, e a mesma habilidade para “enfeitiçar” as pessoas. Com um repertório de canções cuidadosamente escolhidas e uma banda competente para respaldá-lo, ele podia despertar a energia latente de suas plateias e dirigi-la para onde quisesse. Ele podia inspirar (“The Impossible Dream”), ensinar (“Walk a Mile in My Shoes”), instilar a reverência a Deus (“How Great Thou Art”) ou proporcionar consolo (“Bridge Over Troubled Water”). Ou ele podia simplesmente revigorar as pessoas com o bom e velho sentimento despertado pelo rock’n’roll de sua juventude. Ele podia compor o “sermão” de cada noite do modo que bem entendesse, mas aqueles que viessem assisti-lo sempre sairiam sentindo-se renovados.

Ele jamais olhava “de cima para baixo” para as pessoas que vinham à sua procura. Se elas o amavam, ele as amava, reciprocamente. Havia algo de extraordinário em relação ao laço que o unia aos seus fãs, e ele sabia disso. “Não se trata de uma relação comum, e não creio que as pessoas comuns possam compreendê-la. Trata-se de um caso de amor mútuo. Eu tento agradar ao meu público da melhor maneira que sei fazer isso; e, em troca, recebo algo que a maioria das amantes jamais poderia me dar.”

Seu diretor musical, Joe Guercio, foi testemunha daquilo a que Elvis se referia durante sua primeira apresentação no International Hotel: “Tenho acompanhado a um grande número de astros populares sobre o palco e detesto ter de desinflar seus egos, mas eles não sabem o que é um verdadeiro astro. Jesus Cristo! Aquilo era quase irreal! Tudo o que ele precisava era de algumas canções, pouquíssima produção e... Cara, aquilo sim é que eu chamo de arrebatar o público. Elvis Presley era um acontecimento”.

Seus fãs gostavam de pensar nele como um super-homem, mas, naturalmente, ele era apenas humano. Ele seguiu adiante com seu abuso de remédios por mais de uma década. Esses remédios são insidiosos, e continuaram a exercer seus efeitos sobre ele. O impacto cumulativo deles sobre seu organismo afinal causou-lhe alterações físicas e psicológicas, e precipitou o seu fim.

Contudo, afora os fanáticos pelos tabloides, o que as pessoas guardaram em suas memórias não foram as falhas, mas as qualidades que fizeram dele quase um santo. O espírito generoso que ele manifestara desde quando era uma criança de 5 anos de idade, capaz de dar seu adorado triciclo a um amigo, infundira-se em sua personalidade de adulto. Durante um concerto em South Bend, Indiana, ele retirou um anel de diamante de 20 mil dólares do dedo e atirou-o à plateia. Quando perguntado por que tinha feito aquilo, ele respondeu: “Apenas para proporcionar a alguém, lá, a maior emoção de sua vida”. Quando ouviu dizer que um produtor fonográfico de quem ele gostava estava tendo de submeter-se a um tratamento de hemodiálise e enfrentava problemas para conseguir um transplante renal, ele pagou uma conta de 100 mil dólares para que o processo fosse acelerado. O cantor Jackie Wilson, quase falido, sofreu um ataque cardíaco sobre o palco e passou vários anos em estado vegetativo antes de morrer. Elvis gastou 40 mil dólares durante esse período, para que ele fosse cuidado em uma clínica de repouso. Um velho amigo do Exército desenvolveu um caso de paralisia cerebral. Elvis comprou-lhe um Chevrolet Impala especialmente adaptado e contratou uma enfermeira particular para ele, ao custo de 400 dólares mensais, e empregou o pai do homem como guarda de segurança do portão de Graceland. Marty Lacker lera algo sobre uma mulher negra idosa de Memphis a quem faltavam ambas as pernas e que locomovia-se de um lugar a outro sobre uma tábua à qual havia sido adaptado um par de patins. Elvis comprou para ela uma cadeira de rodas movida a eletricidade, do melhor modelo disponível no mercado, e entregou-a pessoalmente, chegando à casa da mulher sem qualquer aviso prévio. Além disso, todos os anos, por volta do Natal, ele distribuía uma quantia entre 50 e 100 mil dólares a cinquenta diferentes instituições de caridade de Memphis.

Naturalmente, ele também distribuiu Cadillacs, Lincolns e joias entre namoradas, conhecidos e mesmo completos estranhos. Seu pai, Vernon, que pagava as contas, ficava chocado com sua prodigalidade e achava que Elvis caminhava velozmente rumo à ruína financeira. Porém, comparando o comportamento de Elvis com o da maioria das celebridades - que se permitem possuir quatro, cinco, seis residências pelo mundo todo, adquirem para si ilhas particulares e acumulam somas incalculáveis em bancos nas Ilhas Cayman ou na Suíça - podemos imaginar quão melhor seria a sociedade se mais pessoas possuidoras de grandes fortunas compartilhassem mais prodigamente a abundância de que desfrutam.

Elvis era proveniente de um meio em que o sentimento religioso, muito frequentemente, era dirigido para uma vida compreendida por uma visão de mundo simplista, delimitada pelo “enxofre-e-o-fogo-do-inferno” e “creia-em-Jesus-e-você-será-salvo”. Por meio de extensivas leituras, meditação e oração, ele pôde vir a aceitar que a luz de Cristo é inerente a cada pessoa. Ele pôde sentir que Deus desejava que ele fizesse uso de sua luz interior para elevar as outras pessoas. Para esse propósito, foram concedidos a ele talentos extraordinários e uma fama sem paralelo.

Seus fãs o compreenderam mal e o louvaram como a um rei. Porém, não importando quão exaltado tenha sido no mundo, ele permaneceu insaciavelmente curioso sobre as coisas do espírito. Até os últimos momentos - como ficou evidenciado pelo livro que estava lendo quando morreu - ele permaneceu um buscador da Verdade.

The Seeker King - A Spiritual Biography of Elvis Presley.
Copyright © 2013 G. G. Tillery, LLC.

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"O Blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal"

“Muitas pessoas se perguntam ‘O que é o blues?’ Eu escuto muita gente falando ‘O blues.. O blues…’ Mas eu vou vos dizer o que o blues é. Quando você não tem dinheiro, você tem o blues. Quando você não tem dinheiro para pagar o aluguel de sua casa, você ainda tem o blues. Muitas pessoas saem falando ‘Eu não gosto de blues’ mas quando você não tem dinheiro, não pode pagar o aluguel de sua casa e não pode comprar comida, você com certeza tem o blues. Se você não tem dinheiro, você tem o blues, porque pensa maldosamente. Isso mesmo. Toda vez que você pensa maldosamente, você está pensando no blues." Howling Wolf

"As pessoas costumam me perguntar onde surgiu o Blues, e tudo o que posso dizer é que quando eu era rapaz, sempre estávamos cantando nos campos. Na verdade não cantávamos, você sabe, gritávamos, mas inventamos as nossas canções sobre coisas que estavam acontecendo conosco naquele momento e acho que foi assim que começou o Blues." Son House

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