"Elvis conhecia mais músicas de Blues do que a maioria no ramo" - B.B.King

sábado, 5 de maio de 2018

Revista Hobo - Blues & Rhythm Magazine

Revista Hobo foi uma publicação bimestral que chegou às bancas em 1996 e que era especializada em Blues. A pequena Abraxas Editora era responsável pela publicação e, infelizmente, a revista durou apenas dois números.

A primeira edição trazia em seu editorial:

"Segundo o Webster's Dictionary 'hobo' quer dizer trabalhador imigrante ou, numa outra acepção, vagabundo. A imagem do hobo, o viajante errante e sem destino, com o rosto marcado pelas histórias que viveu em seu caminho, é também a imagem de um gênero musical que vem influenciando toda a música do mundo ocidental, desde o princípio deste século: o blues. A intenção desta revista é trazer para o público brasileiro algumas impressões da grande viagem empreendida pelo blues - desde as origens, até hoje - através do trabalho de alguns de seus maiores intérpretes e criadores, espalhados pelo mundo afora. (...)"

Com textos baseados em pesquisas sobre as origens e a história do blues, trazendo boas fotos, o primeiro número, entre outras coisas, conta a história do mitológico Robert Johnson, e toda a lenda que envolve sua história. Fala também em outras figuras históricas dos primórdios do blues, como H.C. Speir, Johnny Shines e Sonny Boy Williamson. Outra matéria da revista é com um dos maiores bluesmen brasileros, Andre Christovam. Um conto do escritor Erskine Calwell também faz parte do volume. Um relato sobre as origens do Rhythm and Blues, e uma explicação sobre esse rótulo musical e suas variantes é também uma matéria interessante. A revista termina com quadrinhos, trazendo uma mostra do antológico livro Blues, do lendário quadrinista underground americano Robert Crumb.

O segundo número de Hobo veio mais volumoso - 86 páginas (o primeiro tinha 50). Assim como no número anterior, a revista conta histórias ligadas às origens do blues, como "Histórias de negros  e de blues", 'Blue ladie's blues", que fala da presença feminina na história do blues: Mamie Smith, Ma Rainey (que é destacada na capa), Bessie Smith e Memphis Minnie. Traz também uma entrevista com a cantora brasileira Rosa Maria Colin. A revista destaca ainda o festival Nescafé & Blues que aconteceria naquele ano, e que traria nomes como Blue Jeans, John Hammond & Duke Robillard, Sérgio Dias, Johnnie Johnson, Charles Brown e Los Lobos, dentre outras atrações. Novamente uma amostra do livro de quadrinhos Blues, de Robert Crumb é publicada, assim como mais um conto tendo o blues como tema. A revista termina com uma matéria sobre o Soul, e dando continuação a matéria em destaque na edição - "Blue ladie's blues", um destaque para Etta James. Uma sessão sobre lançamentos de discos do gênero também faz parte da revista, que infelizmente, não chegou a uma terceira edição.

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"O Blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal"

“Muitas pessoas se perguntam ‘O que é o blues?’ Eu escuto muita gente falando ‘O blues.. O blues…’ Mas eu vou vos dizer o que o blues é. Quando você não tem dinheiro, você tem o blues. Quando você não tem dinheiro para pagar o aluguel de sua casa, você ainda tem o blues. Muitas pessoas saem falando ‘Eu não gosto de blues’ mas quando você não tem dinheiro, não pode pagar o aluguel de sua casa e não pode comprar comida, você com certeza tem o blues. Se você não tem dinheiro, você tem o blues, porque pensa maldosamente. Isso mesmo. Toda vez que você pensa maldosamente, você está pensando no blues." Howling Wolf

"As pessoas costumam me perguntar onde surgiu o Blues, e tudo o que posso dizer é que quando eu era rapaz, sempre estávamos cantando nos campos. Na verdade não cantávamos, você sabe, gritávamos, mas inventamos as nossas canções sobre coisas que estavam acontecendo conosco naquele momento e acho que foi assim que começou o Blues." Son House

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